terça-feira, 7 de junho de 2011

Despedida

O ano lectivo chegou ao fim, assim como o nosso projecto. Não a nossa vontade de ajudar e de tentar mudar as ideias pré concebidas existentes na nossa sociedade mas o tempo assim o limita. Agradecemos a todos os seguidores e visitantes do nosso blog, que contribuiram muito para a concretização do nosso projecto e o sucesso do mesmo.

Muitos beijinhos
O Grupo :)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O preconceito e a sociedade

Vivemos numa sociedade que não tem condições para receber pessoas que se enquadram num determinado padrão. Mal vimos uma pessoa portadora de deficiência, vimos o quão é diferente.
As escolas, centros comerciais, restaurantes, transportes públicos, entre muitos outros locais públicos, não estão preparados para receber pessoas com deficiências físicas, visuais e/ou mentais, que aos olhos de grande parte da sociedade são vistos como os ‘atrasadinhos’, quando na verdade são apenas pessoas.
Vivemos num mundo cheio de questões e incertezas, em que todos nós estamos à procura de um lugar onde nos consigamos inserir, à procura de alguém que olhe para nós e veja para além da aparência.
Na Declaração Universal dos Direitos do Homem, há uma cláusula que diz “ (…) As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade das suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que os seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível.” (Resolução ONU nº 2.542/1975, item 3), mas infelizmente, esse direito muitas vezes não passa do papel.
O preconceito, como o próprio nome diz, é um conceito formado previamente de acordo com uma certa ideia, que afecta os portadores de deficiência e não só.
Olhar de maneira diferente, não interagir com essas pessoas por acharmos que não são capazes de fazer algo, são atitudes preconceituosas.
O preconceito está na cabeça das pessoas e a única forma de o combater é através da consciencialização, porque é isso que irá mudar o que pensam.
Para nos vermos livres de preconceitos é preciso que se viva numa sociedade livre!



Maressa Reis, Fevereiro de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Láthatatlan Kiállítás

    No âmbito do Projecto Comenius fui a Budapeste, onde tive a oportunidade de participar numa ‘Invisible exhibition’ que consistia em andarmos por várias salas completamente às escuras com vários obstáculos, apenas sendo guiados por um cego.
Esta foi sem dúvida uma actividade muito diferente porque pude, em primeira mão, experimentar ser ‘cego’ por um tempo e por isso ter os meus outros sentidos ao máximo, utilizando o tacto e a audição para me guiar pela escuridão sem tentar cair ou partir nada.
    O guia David, que era um homem muito querido, transmitiu-me segurança e fez-me perceber que naquele momento não havia qualquer espécie de ‘muros’ levantados entre mim e ele porque estávamos os dois na mesma situação.
    Senti-me mal no momento em que a actividade acabou, porque quando saímos da sala eu sabia que iria ver novamente e, ao olhar para o nosso guia, fiquei incapaz de me sentir realizada por este feito, pois eu também sabia que ele nunca veria a minha cara, nunca entenderia a diferença física entre as pessoas de outras nacionalidades, nunca veria o olhar de admiração que estava estampado em todos nós.
    Fazer parte desta experiência mudou a minha vida, no sentido em que agora sei que não devo ter pena mas sim orgulho e admiração porque estas pessoas, que carregam consigo o peso que é ter uma deficiência, nunca cruzam os braços por mais dura e preconceituosa que seja a situação e enfrentam qualquer desafio que lhes seja proposto porque no final de tudo são humanos como nós, e, tal como nós, gostam de ter o seu momento em que partem para a aventura. Mudou a minha mentalidade, porque sei que quando pensar em desistir, dizer não consigo lembrar-me-ei do David e de todas as pessoas ‘diferentes’ mas corajosas que conheci.


 Inês Barroso

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Asas de Ferro

“Asas de Ferro” – Repórter TVI
Reportagem emitida pela TVI a 22 de Fevereiro de 2010, que nos leva ao mundo da Manuela, do Francisco e da Rosalina, da Sandra, da Elsa, da Manuela, da Rita e da Inês, do Marco, da Mafalda e do Manuel, todos eles têm algo em comum: a paralisia cerebral. Retrata a ‘’angústia dessas famílias e a força e a coragem de quem não quer desistir’’, angústia que não fica no silêncio.
Manuela tem 54 anos, tem saudades de sair de casa, diz não se lembrar do barulho da chuva na calçada. Vive com o pai de 90 anos, num 1ºandar sem elevador, está há três anos à espera de uma vaga para um lar residencial para deficientes (há quem esteja à espera 14 anos).
Tem consciência da existência de muitos preconceitos e que se tivesse mais meios financeiros, teria uma vida melhor. Para ela é bastante difícil estar da maneira que está, sofre muito porque além de ter paralisia, não sai de casa. Estudou, muitos diriam que pela sua letra não sofreria de paralisia cerebral, no entanto nunca lhe deram emprego.
Francisco teve direito à primeira cadeira de rodas eléctrica aos 52 anos, o estado não o ajudou, a sua mãe, Rosalina, conseguiu-a através da boa vontade de uma empresa.
Francisco arrasta-se pela casa, conseguindo assim fazer tarefas domésticas, como aspirar e fazer a cama. Salvou a vida à própria mãe quando esta teve um AVC: mal viu a mãe caída no chão, arrastou-se até à entrada do prédio e pediu ajuda a um vizinho. Agora tem muito receio de sair de casa, pois teme que a mãe tenha outro AVC.
Sandra tem 37 anos, esteve oito anos em lista de espera para conseguir uma vaga na Residência Nuno Cruz de Abecassis, em Lisboa, toda a vida cresceu atrofiada numa cadeira de lona para crianças. A cadeira que ela precisa custa oito mil euros, pode-se garantir que terá uma cadeira de rodas, mas quando? Ninguém sabe.
Elsa tem 34 anos, escreve poemas, voando para outra realidade quando o faz. Elsa conseguiu uma vaga na Residência Nuno Cruz de Abecassis, para alívio da mãe que descobriu há pouco tempo que tem cancro. Elsa conheceu António, o seu namorado, há cinco anos no centro de paralisia cerebral. António, até a conhecer, vivia da caridade das outras pessoas e numa casa sem água nem gás.
Rita e Inês são gémeas, dividem o seu tempo entre a escola, fisioterapia e terapia da fala. Rita diz muitas vezes à mãe que tem que trabalhar mais certo músculo quando vê que esse se encontra mais ‘preso’ pois quer tirar a carta e ir para a faculdade.
Marco tem 20 anos, e é um exemplo de como tudo falhou: o seu centro de actividades ocupacionais, em Évora, fechou de um dia para o outro, o que fez com que ficasse em casa e regredisse bastante. Ficou praticamente isolado do mundo, quem trata dele são os avós, é dependente destes para tudo, tornando-se o único prisioneiro do seu próprio mundo.
Manuel consegue movimentar-se, não usando cadeira de rodas para ir para a faculdade, formou-se em Engenharia Electrotécnica com média de 17 valores, já completou um mestrado estando, na altura, a tirar o doutoramento. Diz que nunca vai desistir, e é um bom exemplo disso.
Ao ver esta reportagem sensibilizou-me bastante o facto de estas pessoas não desistirem, de serem um exemplo de vida, até para nós que somos ‘normais’. Muitos não desistiram e, por mais que a sociedade ainda não esteja ‘preparada’ para os receber, eles conseguem mostrar que estão tão aptos como qualquer outra pessoa para terem o direito a uma vida dentro dos padrões normais.
O caso da Elsa, que escreve poemas lindos, é o seu refúgio, quem os ler não diria nunca que são de uma pessoa com paralesia cerebral, a Manuela também tem estudos mas infelizmente nunca conseguiu trabalho, lá está, quem é que daria trabalho a uma pessoa portadora de deficiência quando poderia ser dado a outra qualquer?
O caso do Manuel, para mim, é uma grande vitória quantos de nós nos licenciaríamos com média de 17? Ele apesar das suas dificuldades, lutou sempre para ir mais além e conseguiu, é um exemplo de força para todos nós.
Estas pessoas foram ‘esquecidos por quem nunca se devia esquecer deles’. Esta reportagem deu visibilidade não só ao caso deles, como também a muitos outros casos semelhantes que não dão a cara, mas infelizmente, sofre também, casos que agora, podem ter a força de quem passou por isto, e que melhor que ninguém, os compreende.

Poema de Elsa:

« Queria poder voar
   Onde o vento me quisesse levar
   Voar sem destino,  apenas voar
   Mas algo me impede de ir ter com as pessoas que valem ouro
   O cérebro, a coluna, a cadeira ou o corpo todo?
   Não sei
   Fica só o sonho de poder ser uma gaivota,
   Voando sobre a brisa do mar. »


Margarida Leite

terça-feira, 15 de março de 2011

Palestra 'O Preconceito face à Deficiência'

     No passado dia 3 de Março, no auditório da escola realizamos uma Palestra com o tema do nosso projecto “O preconceito face à Deficiência”, com a presença do Director do Externato Zazzo, Professor Baltasar Grilo, com a Psicóloga e Directora do CAO da Associação Almadense Rumo ao Futuro. Dr.ª Rita Prata e com um representante da Sociedade Almasã e pai de uma aluna do Externato Zazzo, Carlos Pessoa.
     A Palestra iniciou-se com uma breve apresentação do nosso projecto, escolha do tema, objectivos, público-alvo e actividades realizadas nas instituições que visitámos.
      A Dr.ª Rita Prata começou por nos dar a conhecer a Associação Rumo ao Futuro através de um PowerPoint que continha informações relativas à mesma, como o funcionamento, estrutura, clientes, actividades, etc.
      De seguida o Professor Baltasar Grilo começou por apresentar o trabalho realizado na instituição, também como todas as informações sobre a mesma. Explicou o significado de conceito e de preconceito e como esses se desenvolviam dentro de cada um de nós, de variadas formas.
     Posto isto passou-se à visualização de um vídeo referente à participação do Externato Zazzo no programa ‘Portugal no coração’ com o testemunho duma família cujo um elemento é portador de deficiência.
     Com isto o Sr.Carlos Pessoa, que é o pai da Daniela Pessoa, o elemento de se falou no programa, deu a sua opinião a cerca do que é para si a experiência de ser pai duma pessoa portadora de deficiência.
      Os alunos das turmas presentes colocaram questões pertinentes, as quais os nossos convidados responderam, com toda a sua sabedoria.
     O grupo acha que a Palestra correu bem, dado que a informação dada foi de extrema importância, não só para os trabalhos que os alunos realizam em Área e Projecto mas também para a formação como adultos responsáveis e conscientes que serão.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Carta dos direitos do cidadão deficiente mental

Carta dos Direitos

A pessoa com deficiência mental deve ser educada e viver na comunidade, mas com programas e apoios especiais.
CAPÍTULO I

Constituição da República Portuguesa - Artigo 71º


1. Os cidadãos portadores de deficiência física ou mental gozam plenamente dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição, com ressalva do exercício ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados.
2. O Estado obriga-se a realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores
3. O Estado apoia as organizações de cidadãos portadores de deficiência.
CAPITULO II

Declaração de Princípios

PRINCÍPIO I

O cidadão Deficiente Mental deve usufruir de todos os direitos enunciados na presente Declaração. Estes direitos devem ser reconhecidos a todos os deficientes mentais sem excepção e sem distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, língua, origem nacional ou social, posição económica, de nascimento ou qualquer outra situação, quer do próprio cidadão deficiente mental quer da sua família.
PRINCÍPIO II

O Deficiente Mental, porque mentalmente diminuído, deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que o seu estado ou a sua situação exigem.
O Deficiente Mental deve beneficiar de uma protecção especial e dispor de possibilidades e de facilidades, por efeito da lei e por outros meios, para poder desenvolver a sua autonomia, desenvolver-se no plano físico, potenciar ao máximo sua intelectualidade, desenvolver ao máximo a sua independência.
PRINCÍPIO III

O Deficiente Mental tem direito, desde o nascimento, a um nome, a ter uma família, a ser protegido de modo muito particular. Tem direito à inserção e inclusão sociais.
PRINCÍPIO IV

O Deficiente Mental deve beneficiar da segurança social. Deve poder crescer e desenvolver-se de maneira saudável. Para garantir este fim, deve ser assegurada, tanto ao Deficiente Mental como à sua família, ajuda e protecção especiais durante toda a sua vida. O Deficiente Mental tem direito a alimentação, habitação, distracções e cuidados médicos adequados.

PRINCÍPIO V
O Deficiente Mental, para o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade e da sua máxima autonomia, necessita de amor e compreensão. Sempre que possível, deverá crescer sob o amparo e a responsabilidade dos pais e em família e, em qualquer caso, num ambiente de afecto e de segurança moral e material. Salvo em circunstâncias excepcionais, o Deficiente Mental não deve ser separada da família.
A sociedade e os poderes públicos têm a obrigação de cuidarem muito especialmente dos deficientes mentais sem família e daqueles que careçam de meios de subsistência. É desejável que, às famílias numerosas, às carenciadas e de maior risco, o Estado ou outros organismos concedam meios de subsistência aos membros portadores de deficiência mental.
PRINCÍPIO VI

O Deficiente Mental tem direito à educação. Tem direito a frequentar escolas adequadas à sua situação, com professores e técnicos preparados para as suas necessidades de aprendizagem e de desenvolvimento. Tem direito a uma educação e escolaridade gratuitas e permanentes enquanto se justifique e o Deficiente Mental mostre capacidade de aprendizagem e de desenvolvimento.
Deve beneficiar de uma educação que contribua para a sua mais alargada autonomia e inserção social e que lhe permita desenvolver as suas aptidões, o juízo pessoal, potenciar o sentido das responsabilidades morais e sociais, e tornar-se um membro útil à sociedade.
Desenvolver as capacidades do Deficiente Mental é um dever dos que têm a responsabilidade da educação e da orientação escolar. Estas responsabilidades cabem em primeiro lugar à família, mas a família tem o direito de receber os apoios específicos do Estado e o Estado tem a obrigação de subsidiar e de apoiar as iniciativas da sociedade civil, como instituições e associações que visem apoiar o Deficiente Mental e a sua família.
PRINCIPIO VII

O Deficiente Mental deve ter todas as possibilidades de brincar e jogar e de se dar a actividades recreativas, as quais hão-de ser orientadas para os fins visados para o desenvolvimento e para a educação. A sociedade e os poderes públicos hão-de esforçar-se por favorecer o exercício e o gozo deste direito, assim como o de promover o desporto para deficientes.
PRINCIPIO VIII

O Deficiente Mental não pode ser detido nem condenado nem submetido a qualquer tipo de opressão ou prisão, dado a sua autenticidade garantir não ser responsável de acto delituoso nem ser responsável por crime.
É um cidadão inimputável
Todo o castigo que se ache ser aplicado a um deficiente mental só pode ter como objectivo fins educativos e nunca punitivos e sempre proporcionais à sua compreensão e responsabilidade.
PRINCIPIO IX

O Deficiente Mental tem direito ao convívio familiar e social. Deve sentar-se à mesa em família e não ser retirado, nem escondido.
Tem direito a circular e a viajar, pelo que as cidades e os transportes devem ter adaptações às suas reais condições.
PRINCIPIO X

O Deficiente Mental tem direito a usufruir das vantagens associativas, pelo que as associações e outras instituições, que tenham como objecto apoiar e servir o Deficiente Mental sem fins lucrativos, devem ser reconhecidas e apoiadas pelo Estado.
O Deficiente Mental tem direito a ter amigos, pelo que se reconhecem organismos que se instituam como amigos do deficiente mental.
PRINCÍPIO XI

O Deficiente Mental tem direito a ter comportamentos vulgarmente considerados socialmente incorrectos ou indesejados. Tem direito à sua compreensão.
PRINCÍPIO XII

O Deficiente Mental tem direito a uma personalidade jurídica. Também tem direito a um tutor que o represente e que seja garantia dos seus direitos.
O Deficiente Mental tem direito à herança em igualdade com outros herdeiros.
PRINCÍPIO XIII

O Deficiente Mental deve, em todas as circunstâncias, ser dos primeiros a receber protecção e socorro nas situações de cataclismos ou de acidentes.
PRINCÍPIO XIV

O Deficiente Mental deve ser protegido contra toda a forma de negligência, de crueldade e de exploração. Não deve ser submetido a tráfico, seja de que tipo for.
Não deve permitir-se que o Deficiente Mental trabalhe com o fim único de produzir, dado não estar capacitado para reivindicar dos seus direitos, mas que o trabalho assuma fins ocupacionais, como processo de terapia e de diversão e de utilidade para o Deficiente e para a sociedade que o deve proteger.
Não deve, em nenhum caso, ser obrigado ou autorizado a ter uma ocupação ou um emprego que lhe prejudique a saúde ou a autonomia, ou que impeça o seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
PRINCÍPIO XV

O Deficiente Mental tem de ser protegido contra as práticas que podem levar à discriminação racial, à discriminação social ou a qualquer outra forma de discriminação. Deve ser educado em espírito de compreensão e de tolerância.
Não pode ser rejeitado, marginalizado, desprezado ou retirado do convívio da família ou da sociedade pelo facto de ser Deficiente Mental e de provocar situações menos comuns aos padrões sociais vigentes.
PRINCÍPIO XVI

O Deficiente Mental não pode ser usado ou explorado sexualmente. Nas situações de abuso sexual de um Deficiente Mental devem ser aplicadas as normas consideradas para os menores, nas situações de pedofilia.
PRINCÍPIO XVII

O Deficiente Mental tem direito à sua intimidade e a fruir de uma vida sexual e satisfazer as suas pulsões de modo individual ou com parceiro que voluntariamente aceite.
PRINCÍPIO XVIII

O Deficiente Mental tem direito a um nível de vida suficiente e como está incapacitado para procurar e garantir a sua subsistência, ao Estado compete assegurar a sua saúde e bem-estar quanto à alimentação, vestuário, alojamento, assistência médica e a outros serviços sociais necessários.
Para dar cumprimento a este direito do Deficiente Mental, o Estado tem o dever de atribuir uma pensão ou abono adequado a uma vida digna, para que o Deficiente Mental não seja um encargo pesado ou insuportável à família.
PRINCÍPIO XIX

Ao Estado compete também apoiar, subsidiar e suster lares, residências ou aldeamentos que sejam úteis ao Deficiente Mental ou à sua família, como centros de repouso, de férias, meios necessários em situações de impossibilidade da família por motivos de doença, de idade avançada ou de invalidez.
PRINCÍPIO XX

O Deficiente Mental tem o direito a que o Estado se obrigue a dar cumprimento ao determinado nesta Declaração de Princípios. Ao Estado cumpre o dever de reconhecer, apoiar e financiar as Instituições da sociedade civil vocacionadas e sem fins lucrativos para apoiar o Cidadão Deficiente Mental.

fonte: www.orio.pt

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Entrevista à Dr.ª. Rita Prata

1.Qual é o trabalho que realizam na vossa instituição com as pessoas portadoras de deficiência?               

      “ A nossa Associação possui duas valências: CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) e o Lar Residencial. O CAO funciona entre as 9h e as 17h para 45 clientes, dos quais 15 residem no Lar.
O nosso trabalho centra-se na promoção da inclusão social, das autonomias pessoais e sociais e na melhoria da sua qualidade de vida.
O CAO é composto por diversas salas de actividades: Expressão Plástica, Trabalhos manuais, Tapeçarias, Social e Educativa, Bem-estar 1 e Bem-estar 2 e Actividades da Vida Diária. A heterogeneidade da população implica adequação das actividades de sala por cliente. Os artigos realizados nas salas de Expressão Plástica e Tapeçarias são direccionados para venda como forma de divulgação da Instituição e obtenção de pequenos apoios monetários.
Semanalmente existem actividades de exterior: o Atletismo Adaptado, a Hipoterapia, Dança e Gira, Adaptação ao Meio Aquático. O serviço de Corte e Cabelo é garantido mensalmente, com a visita de uma cabeleireira profissional à Instituição.”


               2. Quais os tipos de apoio que a vossa instituição recebe?
               “ Sendo a nossa Instituição uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos), um dos principais apoios advém da Segurança Social.
Outros apoios são provenientes de donativos do Rotary Clube de Almada, o Lyons Clube, diversas Empresas, Entidades, dos próprios pais. Somos também apoiados pela Câmara Municipal de Almada, Junta de Freguesia da Charneca da Caparica, Junta de Freguesia da Cova da Piedade.
Na nossa Associação as mensalidades são calculadas de acordo com o rendimento anual familiar.”


3.   Na vossa instituição existem que tipo de profissionais para trabalhar com pessoas de deficiência?



    “ Aqui na Rumo ao Futuro existem os Colaboradores de Sala (11), os Monitores (4), a Equipa Técnica: Coordenadora Geral, Terapeuta Ocupacional, Assistente Social e Coordenadora de Lar Residencial, Psicóloga Clínica e Coordenadora de CAO, Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação para trabalhar com os nossos Clientes. A Direcção é composta por pais de clientes, em título de voluntariado.
 O Presidente é o Dr. António Rocha, o Sr. Joaquim Grosso é Vice-Presidente, o Sr. Carlos Ramos é Tesoureiro, o Sr. Humberto Ferreira é Secretário e o Sr. Domingos é Vogal. “

4.     Qual a média de idades das pessoas que cá estão?
                    “O cliente mais novo tem 20 anos e o mais velho tem 66. A média de idades ronda os 30 anos.
Aqui os clientes podem fazer a sua inscrição a partir dos 16 anos sendo que não há limite de idades. Faz-se uma entrevista, permanecendo sempre em lista de espera, devido à inexistência de vagas, porque as pessoas que aqui estão não transitam para outra Instituição, salvo raras excepções. Neste momento estão 100 inscrições em lista de espera, aproximadamente.”



5.    O que é que pensa sobre iniciativas relacionadas com pessoas portadoras de deficiência?
               “Cada vez se nota mais interesse e investimentos nesta área mas não é como deveria ser, pois são necessárias mais respostas sociais, porque na realidade as que existem não respondem às necessidades.
A nossa Associação participa em várias iniciativas lúdico-desportivas, que existem cada vez mais, e que os nossos clientes muito gostam… A festa de Natal, o Dia dos Namorados, o Carnaval, o Baile da Pinha, as Marchas Populares, os Jogos da Primavera onde convidamos outras Instituições, o Magusto e passeios ao Fórum Almada. O Grupo de Teatro e o Grupo de Dança são também bastante activos, através das suas actuações na comunidade.”



6.   Acha que no Concelho de Almada deveriam existir mais iniciativas e apoios para as pessoas portadoras de deficiência? Quais?
“Sim, sem dúvida a criação de mais respostas sociais.”

7.     Em relação às pessoas que frequentam a vossa instituição acha que elas entendem quando são vítimas de preconceito?

     “O preconceito existe entre todos nós, em todos os grupos sociais. Na nossa Instituição surgem, por vezes, situações de preconceito, que tentamos sempre combater. Os clientes da AARF não o entendem, a não ser algo demasiado óbvio, directo.”




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

“Deficientes «não podem» dar sangue”

“Deficientes «não podem» dar sangue”
Dar sangue, visitar monumentos, comprar um bilhete de metro ou simplesmente apanhar o autocarro certo não é fácil para quem tem uma deficiência, confirmaram esta sexta-feira responsáveis da Ordem dos Enfermeiros e deficientes em pequenos percursos realizados por Lisboa, noticia a Lusa.” 
IOL diário

Sendo o nosso tema, o combate ao preconceito, chocou-nos olhar para este excerto e ver que nas mais pequenas coisas, as pessoas portadoras de deficiência são discriminadas. “Todos diferentes, todos iguais”, quem já não ouviu esta expressão? E realmente quem a pratica? Por vezes, não são as capacidades cognitivas que falham, são as físicas, e mesmo assim são impedidos de realizar tarefas normais do quotidiano, ou por se deslocarem numa cadeira de rodas ou por não ter o mesmo aspecto que as pessoas ditas “normais”.
A maioria das pessoas na sociedade, não se esforça por ajudar ou por tentar mudar um pouco isso., concentram-se nos seus problemas e “cada um sabe de si”. Se cada um de nós tentasse fazer com que a compra de um simples bilhete de metro ou o entrar num transporte público se tornasse uma coisa banal, como é para nós, sentia-se uma mudança por mais pequena que fosse, pois “o mundo muda a cada gesto teu” e para frustração já basta o facto de terem nascido ou ficado com uma doença, não precisam de serem discriminados.
Imagine como seria todos os dias, sair de casa, deslocar-se para a sua rotina e encontrar obstáculos como o simples facto de comprar um bilhete de metro ou os degraus de um autocarro. Isto para nós é um acto banal, para eles é uma pequena vitória, e cada um de nós, todos os dias pode fazer com que estas pessoas, tão diferentes mas tão iguais, cheguem à meta, felizes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Repórter TVI - ''Asas de Ferro''

No dia 22 de Fevereiro de 2010 a TVI passou a reportagem 'Asas de Ferro' que relata o dia-a-dia, os sonhos e a maneira de encarar a vida de várias pessoas com Paralisia Cerebral: A Manuela, o Francisco, a Sandra, a Elsa, as gémeas Rita e Inês, o Marco, a Mafalda e o Manuel.






« Queria poder voar,
Onde o vento me quisesse levar,
Voar sem destino, apenas voar.
Mas algo me impede de ir ter com as pessoas que valem ouro;
O cérebro, a coluna, a cadeira ou o corpo? Não sei.
Fica só o sonho de poder ser uma gaivota, voando sobre a brisa do mar.»
                                               Elsa

sábado, 1 de janeiro de 2011

Festa de Natal

No passado dia 17 de Dezembro realizámos a festa de Natal no Externato Zazzo, com o dinheiro que angariámos na banca comprámos pequenas lembrancinhas para oferecer :)